Prefeitura de Lages

Gado da raça Crioula Lageana agora é símbolo histórico e cultural de Lages

A transformação ocorreu a partir de projeto aprovado na Câmara de Vereadores o Sebrae poderá contribuir com a Denominação de Origem Controlada (DOC)


							A transformação ocorreu a partir de projeto aprovado na Câmara de Vereadores o Sebrae poderá contribuir com a Denominação de Origem Controlada (DOC) 
							Gado da raça Crioula Lageana agora é símbolo histórico e cultural de Lages - 
							A transformação ocorreu a partir de projeto aprovado na Câmara de Vereadores o Sebrae poderá contribuir com a Denominação de Origem Controlada (DOC) 
							18/10/2024 09:06:28
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Em julho de 2024, o vereador Álvaro Mondadori, o Joinha (PP), protocolou o Projeto de Lei Nº 0158/2024, que institui o gado da raça bovina Crioula Lageana como símbolo histórico e cultural do município de Lages. No último dia 1º de outubro, entrou em pauta para discussão, sendo aprovado pela maioria. O projeto já foi sancionado pelo prefeito Antonio Ceron, e já está em vigor.

O vereador, na justificativa, ressalta que a raça precisava passar a integrar a história da Serra Catarinense, dando à raça uma identidade cultural, visando preservar o passado histórico da pecuária local. Além disso, também deixar nos anais da Câmara de Vereadores e do próprio município a herança cultural do animal e fortalecer a identidade regional da Região.  Historicamente foi um gado que desenvolveu a pecuária antes mesmo da cultura do pinus, na Região Serrana. “Além disso, leva-se em conta o fato de ser uma raça local, catarinense, brasileira, e oficialmente reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, por meio da portaria 1048, em 31 de outubro de 2008”, ressaltou Mondadori.

Para os criadores, o PL tem um significado muito importante. Conforme explicou o produtor Edison Martins, a instituição de símbolo histórico e cultural, é o primeiro passo para avançar nas certificações de produtos de Denominação de Origem Controlada (DOC), ou seja, facilita a busca do registro para a exploração da DOC, e posterior reconhecimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “O produto uma vez certificado terá valor agregado, e no futuro podermos ter a carne sendo consumida tanto no mercado interno como externo, pois, nosso sonho é vender a carne da raça crioula lageana para o mundo”, acrescenta.

Participação do Sebrae

O Sebrae/SC contribuiu na formalização do um projeto, a partir de 2022, com implemento de ações de desenvolvimento do gado crioulo. Foram executados, por exemplo, trabalhos de inseminação artificial, avaliação genética e fertilização in vitro. Além disso, auxiliou na confecção do caderno de normas da raça para a comercialização. Futuramente, deverá também estar engajado no processo de certificação de origem, facilitada agora pela implementação do Projeto de Lei que torna a raça um símbolo histórico e cultural.

Manejo da raça também é atração turística

O manejo da raça crioula sempre despertou interesses dos criadores e pesquisadores. Mais recentemente, o gado também passou a influenciar o segmento turístico, pois, a notabilidade do animal é diferenciada. Tem uma exuberância e uma beleza exótica, com uma pelagem colorida, e que chama atenção. Além disso, possui aspas grandes, abertas, delicadas e bem desenhadas. São animais bastante mansos. Tais fatores, interessam também para a exploração do turismo.

Contexto histórico da raça em Santa Catarina

A transferência da raça para Santa Catarina se deu, conforme relatos, em meados do século XVIII, através dos jesuítas. Há registros de expedições espanholas e bandeirantes passando pela Serra Catarinense, na mesma época. Nestas passagens, cabeças da espécie teriam sido deixadas no território, permitindo a procriação. Assim, ao longo dos séculos, o gado crioulo sofreu um processo de seleção natural, e com pouca interferência do homem.

Em tempos mais recentes, na Serra Catarinense, o manuseio da raça teve início, conforme registros, em 1953, quando o criador Nelson de Araújo Camargo iniciou a própria criação. Mais tarde, em 1960, Antônio Camargo também começou a formação de planteis. Ambos foram os detentores dos principais núcleos de criação e conservação da raça nas suas propriedades. Começava assim, uma nova fase, com a divulgação entre pecuaristas em dias de campo, e a iniciação de um inventário zootécnico.

Assessoria de Imprensa

Fotos: Paulo Chagas

Publicado em: 18 de outubro de 2024

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